quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tijolo aparente


 
Este post faz parte de um blog muito bacana: http://assimeugosto.com/ e serve como referência para o uso de tijolo como revestimento.
 
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Há um tempão pesquiso para este post, mas o assunto é tão extenso e tão cheio de detalhes que nunca concluía. No fim de semana aproveitei para ler a Arquitetura e Construção deste mês e logo na capa quem aparece? O Tijolinho! A reportagem está bem bacana, me inspirei e finalmente terminei!

 

O tijolo maciço de barro acompanha a história da arquitetura na construção no mundo e já foi o grande protagonista das construções no Brasil. Os primeiros exemplares datam de 7500 a.C, eram feitos de modo artesanal e secos ao sol. Depois da Revolução Industrial, passaram a ser produzidos em larga escala e usados em diversos lugares. Mesmo assim, perdeu muito espaço para os blocos de tijolo convencionais (esses que sempre vemos nas obras) que agilizam a construção e acabam saindo mais baratos.

Atualmente, os bons e velhos tijolos de barro ainda são muito utilizados de forma aparente (ou à vista, como também é conhecido) e atraem por seu charme, beleza e textura únicos. Combinam em obras rústicas ou contemporâneas. Os tamanhos e tipos se multiplicaram e novas cores já são oferecidas.

Dentre as suas principais vantagens estão a resistência e durabilidade; o conforto térmico e acústico; a versatilidade dos blocos que podem ser usados como estrutura e acabamento; a atemporalidade, pois nunca saem de moda. Como desvantagem: sujam facilmente em áreas externas; os tamanhos e as cores mudam bastante, então deve-se calcular a quantidade necessária e comprar de um só fornecedor.


 

Construções Antigas: Seu imóvel é antigo e ao remover o reboco das paredes, descobre-se que os tijolos são maciços, bonitos e bem conservados. Neste caso, alguns tipos de acabamentos podem ser considerados: o aspecto original de demolição, eles podem ser patinados ou pintados .

* Antes de destruir todo o seu reboco, verifique se os tijolos são realmentes maciços! Tijolos furados convencionais, blocos de cerâmica e blocos de concreto não ficam legais aparentes. 

Construções Novas: Ao construir ou reformar, pode-se escolher qual o tipo de tijolo aparente o seu imóvel terá. Uma casa estruturada em tijolo aparente é diferente de uma parede revestida de tijolo aparente. No caso de uma construção, você deverá decidir qual será o tipo de estrutura, a cor dos tijolos, o tipo de junta e, finalmente, o tipo de acabamento.



Estrutura metálica ou de concreto – O tijolo aparente pode obedecer o mesmo processo de construção dos tijolos comuns e a estrutura pode ou não ser disfarçada, recoberta de tijolinho ou simplesmente pintada. Os tijolos podem ser usados somente como vedação, preenchendo os vãos formados pela estrutura de pilares e vigas e criando painéis sem interferência de outros elementos.

Estrutura de madeira – Outro acabamento que pode enriquecer a casa é investir na madeira com o tijolinho. Nesse caso, a madeira deve receber um tratamento para proteger da umidade.

Paredes amarradas em tijolosAs próprias paredes de tijolos sustentam a cobertura, dispensando ferros e concreto. Uma parede completa de tijolos aparentes sem emendas tem outro aspecto! E você poderá usufruir do tijolo dentro e fora da casa. O único problema é que para esse tipo de construção a obra sai bem mais cara!


 

“Seja para compor paredes, seja apenas para revesti-las, a intenção é deixá-los à mostra!” Escolha com atenção o tijolo mais adequado ao seu projeto, levando em consideração a qualidade das peças, seu formato, cor e o custo. Blocos ruins costumam ser mais baratos, mas dão prejuízo pois a perda é grande.
As cores mais comuns são em tonalidades de vermelho e laranja, mas existem peças mais claras (meio rosadas),  tabaco, café, preto…

Os modelos e tamanhos podem variar bastante, os mais comuns são os retangulares de 25 x 10 x 5 cm e custam a partir de R$ 250 o millheiro. Peças maiores e com tratamentos diferenciados, como o envelhecido de demolição, custam mais caro, a partir de R$1300 o milheiro. (fonte: revista Arquitetura e Construção Outubro 2010).

Na hora da compra, verifique: peças com a marca do fabricante estampada garantem a responsabilidade sobre o produto; ao bater um tijolo no outro, a emissão de um som metálico demonstra resistência; cheque se ele não quebra ou se esfarela com facilidade; se o interior da peça estiver cinza, a queima não foi bem feita.



Após definir o tipo de estrutura, a cor e o tamanho do tijolo, está na hora de definir como o material será aplicado na sua parede. O assentamento deve ser feito com areia peneirada para que as pedrinhas não interfiram no acabamento. cuide para que o excesso de massa do rejunte seja removido evitando que endureçam sobre as peças. As juntas podem ser de três tipos:

Cheia - a massa é nivelada na superfície do tijolo.
Frisada - retira-se a massa entre os tijolos, criando uma pequena profundidade entre as peças.
Junta seca - os tijolos apóiam-se diretamente uns sobre os outros. Esta é a que acho o mais moderna e bonita!


 

Demolição – Um dos acabamentos mais apreciados e utilizados. No caso das construções originais, após retirar o reboco, é só raspar a sua cobertura e deixá-los à vista. Sendo assim você já tem as paredes com tijolos envelhecidos, ou seja, com efeito de demolição. No caso das obras, após assentá-los, deve-se remover o excesso de massa e com uma esponja úmida espalhar o resto do cimento, dando o efeito de envelhecido.

Patinado – O efeito de pátina pode ser conseguido de diversas maneiras, como por exemplo com caiação: 1 lata de cal, 2 de areia peneirada e 1/2 de cimento e água. A mistura pastosa é aplicada nas juntas e depois, mais diluída, é passada sobre os tijolos com broxa, como uma tinta. Depois, é só lixar e impermeabilizar com uma camada de silicone – efeito que realça sutilmente a textura dos tijolos, deixando o acabamento homogêneo. Outra maneira de conseguir o efeito patinado: Aplicar uma demão de tinta latex dissolvida em água, na proporção 1:1.; depois lixar e impermeabilizar igual na caiação. / Cobrir os tijolos com uma demão de uma camada fina de massa corrida. Espere secar por um dia e com uma lixa grossa remova o excesso do produto para dar o aspecto envelhecido aos tijolos.

Pintado – Para quem gosta da textura mas não da cor dos tijolos, um efeito interessante e muito usado é apenas pintar com a cor que mais gostar.

Original – O tijolo aparente é por si só um belo revestimento e já nos fornece um visual trabalhado. Pode-se deixá-lo original, na cor do fabricante, e apenas impermeabilizá-los com resina de silicone.

Mesclado -Tijolos em diversos tons conferem um efeito salpicado às paredes. Eles podem ser mesclados, alguns mais avermelhados e outros em tons mais claros.

Rústico – Tijolos assentados com saibro numa mistura de argila e areia grossa, ficam com um acabamento mais grosseiro.

* Imitação -  Existem disponíveis no mercado opções que imitam o efeito do tijolo aparente. O que sempre falo e volto a repetir: imitação só se for muito bem feita e, de preferência, algum lançamento ou material bem atual. Aquelas cerâmicas antigonas que imitam tijolinho, nãããão!!!

 

Finalização – É necessário impermeabilizar os tijolos para retardar o desgaste do material, protegendo-o das interpéries e evitando a formação do limo. Uma sugestão é aplicar verniz acrílico, resina ou silicone no acabamento final. Entre os materiais mais utilizados estão o silicone líquido (ex. Acquela), que penetra no tijolo sem alterar sua aparência. Como o material não forma um filme selador, permite que o material respire. Sua aplicação deve ser feita com trincha e dura até dois anos. Outra alternativa são as resinas acrílicas à base de solvente, aplicadas com rolo de lã de pêlos curtos. Elas oferecem maior durabilidade, mas escurecem a superfície. Conforme a resina, pode-se obter um efeito brilhante, semi-brilhante ou acetinado.  Antes da aplicação impermeabilizante é necessário que os tijolos estejam limpos.

Limpeza – Em áreas externas as paredes precisam de manutenção constante para evitar o limo. As superfícies  podem ser lavadas por hidro-jateamento ou limpas com uma solução de 30% de cloro e 70% de água, passados com uma vassoura de piaçava.  Se as manchas persistirem você pode utilizar uma lixa de madeira número 36 e fazer os reparos usando talhadeira ou formão, sem trincar os rejuntes, trocando-as por outras do mesmo tamanho e tonalidade.

Sustentabilidade - O tijolo de solo-cimento, composto de terra, cimento (de 5 a 12%) e água, é mais ecológico pois sua produção, através de prensagem hidráulica, ocorre sem a queima de madeira e o consumo de energia (presentes na fabricação dos tijolos cerâmicos convencionais).


 
1- Loft com tijolos originais na parede, tudo o ver com o estilo do lugar, amei! Foto: desiretoinspire.


 
 2- Esse ambiente é da Casa Cor de 2007 e estava tão bonito que até hoje eu lembro como uma referência de sala com parede em tijolo aparente. Projeto: Fernando Piva.


 
3- Esse restaurante tem várias paredes revestidas de tijolo aparente e muitos detalhes de madeira, ficou lindo! Projeto Otávio de Sanctis, site Arcoweb.


 4- Parede com tijolos mesclados, destaque total do ambiente! Foto: desiretoinspire.


 
5- Apenas uma parte da parede tem o tijolo aparente, dá a impressao de que foi descascado e até a tubulação ficou aparente. Assim eu gostei!!! Garagem da Casa Cor Rio de Janeiro, projeto Fernanda Medeiros, Janaina Bento e Simone Hirle.


 
6 e 7- Tijolos com efeitos patinados. CasaVogue  292, projeto Michel Perache e Eric Miele. / Revista Casa e Jardim.


 
8- Quarto com parede em tijolo aparente com junta seca. A parede contrasta com os móveis modernos em laca preta. Foto: revista Kaza 66.


 
9 e 10- Tijolos pintados. Na sala de estar a parede preta ficou moderna. Foto: desiretoinspire / No escritório do arquiteto Marcelo Rosembaum, a parede original de tijolinho recebeu pintura branca e muitos enfeites.


 
11- Banheiro todo branco com paredes em tijolos aparentes de acabamento rústico. Foto: site Casa.


 
12 e 13- Ambientes em estilo provençal tem tudo a ver com o tijolo pintado de branco, ainda mais com esse efeito bem rústico… Fotos: revista Dcasa 18 e Kaza 42.

Fonte: http://assimeugosto.com/2010/10/20/tijolo-aparente/

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ranking elege os 11 edifícios mais bonitos construídos em 2012

A Emporis, empresa que recolhe dados de projetos de construções de todo o mundo, elegeu os onze arranha-céus mais bonitos do mundo que tiveram as suas obras finalizadas em 2012.  Houve empate na 9ª posição.

 1º lugar: a dupla de torres que forma o Absolute World Towers, projetada pelo escritório MAD Architects, na cidade de Mississauga, Canadá, é o arranha-céu mais bonito construído no ano passado. Segundo os jurados do ranking, o que mais impressionou nos edifícios residenciais apelidados de “Marilyn Monroe” foi o “design único” das estruturas retorcidas, uma medindo 158 e outra 176 metros de altura. Mais de 300 projetos participam da competição.
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2º lugar: Projetado pelo escritório Aedas, o Al Bahr Towers possui painéis fotovoltaicos e um sistema que reduz em 50% o consumo de energia. O complexo está localizado em Abu Dhabi.
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3º lugar: O Burj Qatar, em Doha, no Quatar, foi criado pelo arquiteto Jean Nouvel para parecer uma tela islâmica. O complexo possui 45 metros de diâmetro e 46 andares.
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4º lugar: Criado por Foster + Partners em parceria com Zeidler Partnership Architects, o terceiro arranha-céu mais alto do Canadá ficou com a quarta posição do ranking. Chamado de The Bow, o empreendimento utilizou predominantemente vidro na sua fachada.
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5º lugar: Conhecido como the House on Mosfilmovskaya, o complexo é um dos mais altos da Rússia. O arranha-céu que conta com uma torre vizinha que segue o mesmo padrão arquitetônico foi projetado pelo russo Sergey Skuratov Architects.
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6º lugar: Em Guangzhou, na China, se encontra o Pearl River Tower, considerado um dos prédios mais sustentáveis do mundo. A arquitetura torre é assinada pelo escritório SOM.
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7º lugar: O complexo Varyap Meridian, localizado em Istambul, na Turquia, possui 1,5 mil apartamentos e um hotel. O empreendimento foi projetado pelo escritório americano RMJM’s
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8º lugar: A UniCredit Tower foi criada pelo escritório Pelli Clarke Pelli Architects como uma escultura em Milão. O complexo é formado por três edifícios de 11, 22 e 31 andares – este último considerado o mais alto da Itália.
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9º lugar: O empreendimento Renaissance Barcelona Fira Hotel, assinado por Jean Nouvel, possui duas torres conectadas por um átrio com um dos maiores jardins verticais do mundo.
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10º lugar: Projetado por Tago Architects, o complexo Dumankaya IKON é um residencial que possui um shopping center na sua base. Localizado em Istambul, na Turquia, as duas torres são interligadas entre alguns andares.
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11º lugar: Localizado em Zhengzhou, na China, a Zhengzhou Greenland Plaza abriga escritórios e um hotel de 435 quartos. A torre, projetada pelo SOM, possui um espelho na parte superior que reflete a luz solar para o átrio do hotel.
Fonte: http://grupopizzinatto.com.br/home/noticia.asp?id=1114 

domingo, 20 de outubro de 2013

Antigo Madame Satã faz 30 anos

20/10/2013 - 02h30

Antigo Madame Satã faz 30 anos e vende até hambúrguer de chef

TETÉ MARTINHO
COLUNISTA DA sãopaulo
 
Há exatos 30 anos, em 20 de outubro de 1983, abriu na Conselheiro Ramalho, no centro paulistano, um muquifo que viraria lenda. Ocupando um casarão dos anos 1930 já então bem sambado, o Madame Satã não tinha sofá, ar-condicionado nem alvará. O som era tosco, e a pista, um socavão escuro e cheio de baratas.
 
Mas não havia lugar melhor para ter 20 anos e viver o surto anárquico e criativo que começou a espantar o ranço da ditadura no meio dos 1980.
 
A graça era o som pós-punk e new wave do porão e a programação frenética de música, arte e performances ao vivo, que ia de RPM e Legião Urbana a Itamar Assumpção e Cida Moreira, passando por sessões de filmes do Primo Carbonari exibidos de trás para frente e pela famosa "mulher do repolho", uma amalucada que o ex-seminarista Wilson José, mentor do clube, trancava numa jaula e alimentava com o legume, à guisa de espetáculo
 
 
1985: O clube foi fundado em 20 de outubro de 1983, na Conselheiro Ramalho, em São Paulo


Editoria de Arte
 
Ir para a noite montado era outra diversão que nascia entre os punks, carecas, travecas e "darks" que se apinhavam, noite após noite, no salão ao rés da rua, no quintal de chão batido e pelas escadas estreitas da casa.

"Com 14 anos, eu tinha cabelo azul e era o mascote", lembra o então assíduo Heitor Werneck, 46.
O futuro estilista da Escola de Divinos saía de vestido. Fora isso, era pura inocência: "Achava que 'travesti' era um estilo musical".

"O Satã oferecia a liberdade de expressão que a juventude pós-ditadura precisava", teoriza Marcelo Leite, 43, autor de "Madame Satã - O Templo Underground dos Anos 80".
No folclore reunido pelo livro, consta que Ney Matogrosso descobriu lá o RPM, a quem apresentaria ao empresário Manoel Polladian; que Erasmo Carlos, numa bela noite, entrou despercebido e encantou o punk Crânio com suas histórias; e que Lulu Santos, ao aparecer de limusine, foi sumariamente barrado no baile.

A casa fechou em 1989 deixando tanta saudade que, mesmo depois da morte de Wilson José, em 1992, houve quem tentasse reavivá-la.

Nos anos 1990, virou o clube gótico Morcegóvia. Em 2011, os sócios Gé Rodrigues e Igor Calmona reabriram o casarão com itens de segurança, hamburgueria e potência sonora. "Isso
aqui é um templo", diz Rodrigues. "Vem gente de fora de SP conhecer."
O Satã virou Madame e quer viver do passado. "Toco quase a mesma coisa que há 30 anos", diz Magal, veterano nas picapes. "Mas a frequência é outra. Antes as pessoas eram mais criativas, tinham mais atitude".

Werneck concorda. "Quem curte a noite hoje só usa jeans e camiseta de banda. Acabou o glamour."

Fonte: http://folha.com/no1358613

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Casa Cor Rio 2013

Bairro ecológico recebe mostra de decoração no Rio

15/10/2013 - 15h46 
 
 
O primeiro bairro ecologicamente planejado do Rio de Janeiro, o Península, possui 780 mil m² de área verde e apenas 8% de sua área edificada.

É dentro desta porcentagem que, desde a última quinta-feira (10), acontece a Casa Cor Rio, que espera receber um público de mais de 45 mil pessoas.

"O conceito deste ano busca o estilo de morar de nossos dias, que se reflete no que é a Península: um lugar com projeto de urbanização, segurança e um 'plano diretor' que preserva o meio ambiente", diz Patrícia Quentel, da empresa organizadora do evento.

Ocupando 10 mil m² de dois edifícios, 47 equipes de arquitetos, decoradores e paisagistas retratam, em apartamentos com plantas e metragens distintas, seis maneiras contemporâneas de viver e morar.
São duas coberturas dúplex (608 m² cada), dois apartamentos de 400 m² e outros dois com 300 m².
Uma casa foi construída especialmente para o evento. Erguida em dois meses em um terreno de 400 m², a Casa de Fim de Semana, projeto de Duda Porto, é totalmente automatizada e sustentável.
No projeto de Porto, um sistema de captação de energia solar produz toda a energia consumida pelos moradores.

 

 

A tecnologia marca presença na exposição também em ambientes em que cortinas, iluminação, som e televisão são controlados por iPads (normais ou minis).

A Casa Cor Rio segue até 18 de novembro no Condomínio FontVieille (avenida dos Flamboyants, 500 - Península - Barra da Tijuca). Os horários para visita são de terça a sábado (inclusive feriados) das 12h às 21h e aos domingos das 11h às 20h.

No último dia da mostra, das 12h às 21h, acontece a venda de alguns produtos em exposição.
Os ingressos custam R$ 40 (de terça a sexta) e R$ 45 (aos sábados, domingos e feriados). O passaporte, válido para todos os dias da mostra, custa R$ 90.

Fonte: http://www.folha.com.br/no1355576
Maiores detalhes em: http://www.casacor.com.br/riodejaneiro/ 
Sobre a Península: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_%28Rio_de_Janeiro%29

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ex-prefeito de Bogotá diz que único jeito para trânsito é restringir carros


FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO

Ex-prefeito de Bogotá, o economista Enrique Peñalosa, 59, entusiasma-se com o fato de os protestos de junho terem colocado a mobilidade urbana em pauta no Brasil porque a questão simboliza "liberdade" e "equidade".

Responsável por implementar o amplo sistema de corredores de ônibus da capital colombiana há mais de uma década, faz defesa enfática da expansão das faixas de ônibus em São Paulo pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Folha sabatina ex-prefeito de Bogotá nesta quinta-feira
 
"Quando um ônibus passa ao lado de carros engarrafados, temos um símbolo de democracia. O interesse coletivo está acima do particular", afirma Peñalosa.


Leticia Moreira 0 20.jun.2012/Folhapress 
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, em visita à Folha no ano passado; ele defende pistas exclusivas para os coletivos
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, em visita à Folha no ano passado; ele defende pistas exclusivas para os coletivos

Leia trechos da entrevista concedida à Folha:
*
O prefeito de SP acelerou a implementação de faixas exclusivas para ônibus, mas há críticas à falta de ajuste das linhas e às interferências de carros. O que acha?
Enrique Peñalosa - Não posso entrar nos detalhes técnicos de São Paulo, pode haver erros na implementação técnica, mas admiro o prefeito por dar importância aos corredores de ônibus. O mais importante em uma discussão é a estratégia. Pode haver erros na tática, mas não na estratégia. A dificuldade para solucionar o problema do transporte não é técnica nem econômica.
Podem fazer mais duas ou três linhas de metrô, e não vai consertar o trânsito, pode-se fazer mais vias, e não vai consertar. Os ônibus com faixa exclusiva e os metrôs podem consertar o problema da mobilidade, mas não dão jeito no trânsito. A única maneira de dar um jeito no trânsito é com restrições ao uso dos carros. E a restrição mais óbvia de todos é a de estacionamento. Em São Paulo ainda há muitas ruas em que os carros podem estacionar.
Com metrô ou sem metrô, nunca será possível resolver o tema da mobilidade sem um bom sistema de ônibus.
 
A prefeitura deve revisar ou não a decisão de permitir que táxis com passageiros utilizem os corredores e faixas?
Não se deve permitir os táxis. Pode ser que em algumas situações isso não seja um problema, e teriam de ser estudados os detalhes técnicos, mas, a princípio, nada que provoque a mais mínima demora aos ônibus deve ser permitido. Um táxi leva uma pessoa, e um ônibus pode levar até cem passageiros: o segundo tem direito a cem vezes mais espaço.
Além do mais, em sociedades tão desiguais como as nossas, se damos privilégios aos táxis terminaremos com um sistema onde os ricos têm um táxi com contrato permanente, ou quase permanente.
 
O sr. é defensor da expansão do uso da bicicleta. Por que é mais que uma causa de classe média ou de fim de semana?
O transporte é diferente de todos os demais desafios que temos na nossa sociedade. Diferentemente da saúde ou da educação, tende a piorar à medida que nos tornamos mais ricos. Se amanhã São Paulo exibir o dobro da renda per capita atual, haverá melhora nesses itens, mas o transporte vai ser pior, a não ser que mudemos de modelo.
Quando falamos de bicicletas, não estamos falando que vão substituir os ônibus, os trens nem nada disso. Mas as bicicletas podem chegar a ter uma porcentagem importante das viagens.
Hoje em São Paulo menos de 1% da viagens são feitas em bicicleta. Se chegarem a ser 10%, seria uma revolução. As ciclovias protegidas não são um detalhe arquitetônico simpático, mas um direito.
De novo, estamos falando de democracia. Quando um ônibus passa ao lado de carros engarrafados, temos um símbolo de democracia. O interesse coletivo está acima do particular.
[Bicicleta] não é uma pauta [de classe média]. Em Bogotá, os que mais usam são os mais pobres, que economizam: uma pessoa que ganha salário mínimo e consegue usar bicicleta economiza entre 15% e 20% de sua renda.
 
O aumento da passagem em SP foi o estopim das manifestações de massa de junho, e uma proposta central foi a gratuidade do transporte. O sr. acha viável?
É interessante que os protestos surjam ao redor da mobilidade porque a mobilidade é uma nova expressão de liberdade. Tem a ver com equidade. Mais importante do que a luta pela gratuidade agora é lutar por uma distribuição mais democrática do espaço viário, que dê mais e melhor espaço aos pedestres, mais corredores de ônibus, ciclovias protegidas. É a luta mais importante agora.
É importante subsidiar o transporte público, na melhor das hipóteses com recursos cobrados do uso do carro, porque quem mora mais longe do trabalho em geral é mais pobre. Mas transformar o transporte em totalmente grátis é muito difícil. Não conheço nenhuma parte do mundo em que isso tenha sido feito em larga escala.
 

FORMAÇÃO:
Formado em economia e história pela Duke University (EUA) e com doutorado em administração pública pela Universidade Paris 2
CARREIRA POLÍTICA
Prefeito de Bogotá de 1998 a 2001; é pré-candidato do Aliança Verde à presidência
OCUPAÇÃO ATUAL
Consultor nas áreas de trânsito e de urbanismo

Acesse o link da folha para comentários.

Fonte: http://folha.com/no1350488
02/10/2013 - 03h30
FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO